Arrumei minha casa!
Dos versos separei as rimas,
jogando-as
no baú do que sobrou.
Da varanda limpei
o pó das lembranças.
Do corredor retirei
quadros que a realidade
não pintou.
Na despensa
empilhei todos os sonhos,
com vários temperos
e especiarias
para o tempo de esperar.
No quarto de hóspedes
ainda ficaram
marcas de ausências,
devidamente cuidadas,
para pessoas queridas
um dia poderem voltar.
Ao quarto
não me permiti arrumar!
Lá estavam, pelo chão,
os momentos que vivemos,
com toda a poeira da saudade.
Não os pude varrer do coração!
Luiz Carlos Varella Prati